Aquele milésimo de segundo
Entre o agonizante último suspiro
E a lágrima posterior
Esse rompante silêncio
Em milésimo de segundo
A maneira mais bonita
De se dizer adeus
Quando as palavras
Afogadas em imenso oceano de dor
Já não têm mais fôlego para serem ditas
Porque a lágrima nada mais é
A saudade das coisas futuras
Que deixarão de existir
O silêncio é o adeus purificado
Pela prece de rogo de uma tranquila passagem
O silêncio
Foi esse silêncio embargando a voz
O único adeus que soube dar
Tudo o que precisava não ser dito.