Quem sou eu

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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

poema da lágrima fria

perdi alguma coisa no momento em que nasci
saco, já conversamos sobre isso!
não, não
ninguém morreu,
no entanto o luto
é estado permanente
em mim
e eu sigo a canção de vinícius
tristeza não tem fim, felicidade, sim!

ao som de caetano veloso – estou triste

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

elegia sobre como a saudade caminha

recriando os passos teus
dedico a ti o meu caminhar manso
para que a passagem
amena seja
na estrada que tiver de ser

tenho caminhado sem pressa
talvez o joelho reumático tenha esse efeito
mas, sem querer, notei-me caminhando lenta
lenta com um quê de atônita desde o dia em que partistes

eu
sem vontade de chegar
em lugar algum
lugar algum
parece que nada
nada além da tua ausência me espera

eu
em lugar algum
com essa falta toda
na estrada que tiver de ser
dedico a ti: toda a minha falta de pressa

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

reinventando trigger

para chomsky,
o gatilho para despontar a língua no sujeito
é o ambiente em que ele vive
para mim,
o gatilho que impulsiona minha linguagem
és tu, Felipe

terça-feira, fevereiro 25, 2014

coisa que anda sem fazer concessão

ainda se
a despeito de
sentei-me no banco da praça
bocejei
ainda se
já não é mais
se foi entretanto eu nem vi

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

efêmero

escolho a dedo
a rima perfeita
mas tudo me é passageiro

a brisa, a trema.

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

a lua não dorme nunca

toda noite
desperta a sombra
ao acaso do que fica

tudo noite
sombra
tudo dorme
sobe

o que já não faz sentido
me espia sobre o telhado
nunca, nunca morre com o nascer do novo dia

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

sábado, fevereiro 15, 2014

teu nome você

                                para Felipe

uma coisa eu preciso dizer:
graças a deus não preciso lhe esquecer
pois tudo, tudo que tem vida
me lembra você
e, confesso,
do contrário
seria insuportável viver

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

poesia também enche barriga

abre o poema
põe na mesa rima feita
e faz das metáforas
um banquete para a tua linguagem imperfeita

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

no coração da menina

                                        para Alice Pereira

vento que leva o beijo
esconde o desejo da menina enamorada
que de sopro em sopro
revela ao coração o que vai nessa madrugada

o efeito das estrelas

toda noite
durmo sob estrelas
para despertar poemas

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

te queria poema

queria poder me chegar
sem o medo das horas apressar

queria poder ficar
sem que a ansiedade por ir fosse maior

queria te ver rima toante
               ao meu lado
sem que a insegurança do amanhã nos impedisse o poema

queria que me quisesses
sem grafemas nem fonemas

apenas aliterando, de mãos dadas, o nosso acaso

sábado, fevereiro 08, 2014

o sorriso de alice

                                                  para Alice Pereira

tu ri mostrando os dentes
todos os dentes
são tão branquinhos
que quando o sol bate neles
o teu riso me enche de luz


entendes agora por que eu digo que tens o dom de iluminar?

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

quanta poesia eu perdi

                                                                 para Vera Garcia

quanta poesia se perde
quando o computador não salva o arquivo!
bendita tecnologia

agradável mesmo é a prática da escrita
versada

o arquivo perde-se no limbo digital
mas a sensação do verso harmonioso
com tua própria vontade
é a que fica!

e fica segredado 
algo teu sagrado
que só tu e tua memória quase falha
sabem

a sensação do verso harmonioso
com tua própria rima
é a que fica,

e como fica!

clarice

em véspera de divã, 
tudo me é insone 
– suspiro eu para ângela, 
enquanto seguro uma xícara de café e dois placebos (diáfanos) para dormir.

terça-feira, fevereiro 04, 2014

a fotografia do amor

                                                para Felipe Bilharva


eu te retrato
te espio
e te revelo
tu és minha fotografia,

o meu amor: a polaroid envaidecida

sonoaway

parece que o meu sono adormecia
enquanto acordado
admirava o sol empurrar as estrelas
com seus tentáculos de luz
para além do que minha alma via

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

gramática do amor

tanto quanto
muito tudo
eis o meu amor medido

põe crase que a distância tem um lugar quilometrado
do tanto ao tudo
marca crase e prossigamos sendo

do tanto ao tudo
tudo que cabe no
o amor pode dar

tanto quanto muito tudo

crase!