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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

sábado, janeiro 17, 2015

a infertilidade do verso vazio

             (para isolda campos)

eu fadada à escuridão
repouso a mão sobre o ventre
murcho

há na madrugada
a morte anunciada
do poema faminto
                            
a lágrima caligráfica
de uma vida infecunda
e o amor demorado
ocupam esse imenso e atordoado
espaço-vazio

eu penumbra e sombra
um vestígio de verso
suponho a morte
à chama derradeira
da palavrangústia

vertigem que sangra
sobre o poema nulo:
sou o corpo devorante
dessa existência que se ausenta
úmida e só