(para isolda campos)
eu fadada à escuridão
repouso a mão sobre o ventre
murcho
há na madrugada
a morte anunciada
do poema faminto
a lágrima caligráfica
de uma vida infecunda
e o amor demorado
ocupam esse imenso e atordoado
espaço-vazio
eu penumbra e sombra
um vestígio de verso
suponho a morte
à chama derradeira
da palavrangústia
vertigem que sangra
sobre o poema nulo:
sou o corpo devorante
dessa existência que se ausenta
úmida e só