engolir a
navalha do barbeiro
que de corte
em corte afia
o fio daquela
lâmina
ora envolta
de uma toalha
de linho
branco e macio
ora cortando
o mal pela raiz
engolir a
navalha do barbeiro
a seco mesmo
deixar tomar
a reta
arranhando e
rasgando
e sangrando a
garganta
depois jogar
por cima
beber querosene
e riscar
um fósforo
goela abaixo
deixando o
produto agir
e beber de
novo
até queimar
até não
restar mais
monossílaba
de horror
te juro: doerá
mas doerá bem
menos
do que o teu habitual
desprezo
para contigo
mesmo