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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

terça-feira, janeiro 13, 2015

o silêncio do verbo que reverbera

esse verbo
não dito
consome a noite
insone de ti
qualquer coisa
ainda que distante
traz à memória
o cheiro guardado
do poema esquecido
a cama feita
o lençol esticado
a lua iluminando
o chão com o teu nome
a importância e a delicadeza
das tuas horas
idas ao meu lado
eu evoco a ti
evoco tua rima cansada
e tu despontas
na versificação romanesca
do nosso passado
tudo passado em branco
tudo passado a limpo
o poema jaz emudecido
na lembrança
do nosso quarto adormecido
eis o silêncio:
o verbo que restou de mim