Quem sou eu

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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Difusa

Tenho a vaga certeza de que todas as causas infundadas do comportamento humano, diante de uma relação altamente segura e amável, são frutos de uma indisponibilidade causada pela incerteza de ser feliz por somente ser. Isso dá um medo. Gela e paralisa um coração cheio de sonhos, mas que já cansado de nadar contra a corrente de um talvez amor não correspondido, ele acostuma-se com a não reciprocidade garantida de um sentimento sincero e quiçá de um em longo prazo.

Por isso, inibi-se, fecha-se em seu mundinho e teme, e procura sempre que possível - e de fato sempre o é - desviar de qualquer olhar que beija seu coração tão docemente. Não por ser indiferente ou "seca" ou amarga, mas por ter medo de gozar de uma felicidade plena e não saber o que fazer com ela quando a mesma estiver deitada sobre suas mãos de veludo e acostumada a ocupar seu pequeno coração de papel.


Os sentimentos transbordam por si só. Pela magia que rompem as células deslizando em frenesi na corrente sanguínea. Assim, ela avassala. Confunde, apavora e irradia sua carcaça perecível ao tempo provocando turbilhões de pensamentos infantis envolvidos pela cápsula do amor. Da descoberta do amor. Sendo assim, renasce um sentimento mais leve que é mais seguro tê-lo em mãos, que não escapa, nem escorre por entre os dedos. Acorda todos os outros, que adormecidos com o tempo, esfregam os olhos como que querendo ver para acreditar no que sente, no que lhe preenche, no que conforta.

Assim, é o amor. Assim, somos nós quando o botão em flor dessa dádiva desabrocha sorrisos sem quaisquer motivos, acelera o coração sem muito esforço, e aquece a alma só por existir. Só por sentir.

Por que há em mim, ainda, um pouco de medo de possuir todo amor, de tê-lo sob os meus cuidados, todo em minhas mãos e, no entanto, ele escorregar igual a um sabonete e cair ralo abaixo. Até ter novamente segurança, firmeza nas mãos, leva-se um tempo. Porém, esse tempo me sobrecarrega de um amor leve, quase puro, quase incondicional.
Assim, é o meu Amor.