Quem sou eu
- Fabíola Weykamp.
- - O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.
sábado, junho 25, 2011
Bandeira branca
O bonito do ser humano é a capacidade que ele tem de agarrar com as duas mãos, que seja por um segundo apenas, aquela centelha de vida quando ele ainda está debaixo dos escombros. É o que o torna incrível. É o que o torna Humano.
sábado, junho 18, 2011
Cicatrizes
Ladrilhos de dor. Junho/2011.Pelotas - RS
Pulsou. Vazou e sangrou.
Penetrou na terra. Estacou.
Enraizou. Cicatrizou.
Curou.
Curou.
vazio maligno
Emagrecida de saudades,
pintada de olheiras enormes
de tantas lágrimas que não secam mais.
quinta-feira, junho 16, 2011
Perdas e ganhos
[E se eu pensar em me achar ou me perder...
que de um lado para o outro a ponte seja o amor.
O céu pode ter a cor que for,
mas que em meu coração tenha apenas amor.]
quinta-feira, junho 02, 2011
As últimas horas de um homem
Não sabia que eram suas últimas horas.
Mas sentia um aperto em seu coração
que lhe dava a certeza
de nunca mais ver o céu azul de Westerbork
e a Primavera dando cor e vida àquilo
em que as mãos dos puros cristãos
ainda não haviam tocado.
Sentia o suor correr de sua testa desacostumada às caricias de sua amada.
Beijou (e)ternamente o dedo em que, antes das agressões desumanas,
era envolvido por uma linda argola dourada.
Beijou-a com lágrimas acinzentadas nos olhos.
Era o primeiro da fila.
Apesar da extrema magreza,
foi firme e valente até o último segundo.
Os homens cristãos cuspiram-lhe a cara,
alegando sua valentia como afronta aos designos de Deus.
O valente, vendo uma linda e encantadora luz
à sua frente, sorriu sem perceber que os homens de Deus
mantinham a arma apontada para a sua fronte.
Valente, viu aquela brilhante luz
tomar a forma de uma mulher. Alta e tão familiar.
Lágrimas cristalinas brotaram de seus olhos,
que iluminados, viram ascender a chama da esperança.
Os servos de Deus livraram-se às pressas de suas armas.
Entorpecido, o Valente, viu os cavaleiros da paz
libertá-los da escuridão
e dos arames que lhe eram enterrados diariamente na alma.
Deram-lhe comida, água e roupas limpas.
E, sobretudo,
devolveram-lhe o que era de direito.
Devolveram-lhe a liberdade.
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