Quem sou eu

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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

quarta-feira, junho 19, 2013

Um peito que se infla a cantar

Versos que se cruzam
[Falam-me através do tempo]
Conversas miúdas
Dos corações que choram,
Mas não param de cantar
Sinfonias unas
Uma cem línguas mais
Pousam sobre a alcova
Em ardido soneto de amor
A valsa retine nos becos mundos
Tu e nós num só laço profundo
O mundo todo nós e tu
Num abraço de cordas vocais
Que são letras
Garrafais
Engarrafadas em peito que é nosso
Tão do mundo
Na conversa cruzada
O balanço sonoro
Nestas linhas versadas

terça-feira, junho 18, 2013

O tempo - descanso na varanda

Aproveitando enquanto é cedo
O livro e seu desassossego
Não canso
Paro
Penso
Alcanço

Há nas palavras
O que deveria ter
No manto, no trago
Num campo

Meu corpo que letra é
Letra sendo eu
Nesse espaço em branco
De um banco qualquer

A troca do que fomos
A troca do ser sendo em outro
Ouro negro
Raro
Como teu espanto

Não crio desesperança
Não falo de monstros
Abro o livro
Me deparo
Com o beijo da pena

A linha que traceja
A vida num só pulo
O desassossego
Que em mim vagueia

Num descanso da varanda


sexta-feira, junho 07, 2013

terça-feira, junho 04, 2013

Punição de travesseiro

Acredito não ter superado
O luto é diário
Não superei o dia em que nasci
Porque nascer é morrer
Um dia de cada vez
Lenta, lentamente
Por isso
A única coisa inabalável em mim
É essa tristeza
Esse luto permanente
Nasci
Então morri e
Continuo morrendo
Lenta
Lentamente
Dia após dia