Aproveitando enquanto é cedo
O livro e seu desassossego
Não canso
Paro
Penso
Alcanço
Há nas palavras
O que deveria ter
No manto, no trago
Num campo
Meu corpo que letra é
Letra sendo eu
Nesse espaço em branco
De um banco qualquer
A troca do que fomos
A troca do ser sendo em outro
Ouro negro
Raro
Como teu espanto
Não crio desesperança
Não falo de monstros
Abro o livro
Me deparo
Com o beijo da pena
A linha que traceja
A vida num só pulo
O desassossego
Que em mim vagueia
Num descanso da varanda