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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

terça-feira, novembro 18, 2014

o primeiro dia de uma morte

o primeiro dia
de uma morte
não é memorável
a razão e o tempo inexistem
tudo paralisa
tudo é silêncio
o vento já não dá mais vida
às folhas das árvores
uma borboleta preta
pousa na mureta da janela
tudo é silêncio

o primeiro dia
de uma morte
é o luto inexorável
e luto inexorável é um vazio impreenchível
é o nada dentro da ausência
de se estar só
para sempre

o primeiro dia
de uma morte
é a eterna lembrança
do ontem e a desesperança do amanhã

o primeiro dia
de uma morte 
vive no vazio da eternidade

e o resto: é silêncio