A dor que era minha
se desfez.
A saudade que era dela
agora é minha
e nada que era tudo de antes
está no lugar de hoje.
Do tempo que fomos nós,
do tempo que muito gastamos
e nos desgastamos naquela cama,
hoje, só nos restam os nós.
Ah! A dor que era tão minha...
Hoje está nos olhos dela,
que eram tão meus,
tão meus... (pávidos)
E eu os perdi.
Nas idas a um bar qualquer,
do tanto que me esbaldei
nas danças de mulheres sem graças...
Eu a perdi.
E os meus sombrios lampejos
de sobriedade
hoje acordam nus e sós
num lençol encardido
(De uma cama qualquer
que nem lembro o cheiro que tem.)
De abraços sem nomes,
de olhos sem brilhos
e de beijos, os quais nunca senti.
Que não são os teus.
E também, não sou mais teu (nunca nem fui).
Eras minha.
- Ela era... Mas... Eu...
Eu, eu a perdi! (Estapafúrdio e débil que sou!)
E essa dor que volta a ser minha
e os tempos, os quais nunca
sequer senti são vagos, tortuosos.
Danosos.
Oh! Amarga saudade clara,
traga-a de volta
(Que ela sempre será minha).
E eu jamais saberei quem fui.
E que tempo foi esse
que lembro que vivi?
Mas bastou um gole,
um gole! Para vê-la partir...
E outros mais para tentar
vê-la voltar.
Para os braços meus
que só desejam,
e se entregam cansados
de tanto deixá-la escapar.
Piedosos, caem sobre mesas
engorduradas de bares
em que nunca lembro
de ter adentrado.
Sombrios, úmidos
e vazios, iguais
a mim que ando
aos trôpegos
sem encontrar meu lugar.
Vagando aos prantos
por entre noites imundas
rogo aos céus para que
não repouse mais, casualmente,
o meu corpo em teus braços macios.
Que eram tão meus,
tão meus...
Mas que hoje, tão mais pálidos
não abraçam mais a mim
nem a mais alguém.
E só por hoje,
ainda hoje, serás eternamente minha.
Quem sou eu
- Fabíola Weykamp.
- - O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.
domingo, setembro 27, 2009
quinta-feira, setembro 17, 2009
Inverdades a três
Talvez, hoje o sono venha
me fazer companhia antes mesmo
de eu te ver chegar, assim,
como quem não quer fazer barulho,
como quem não quer ser descoberto.
Sorrateiro...
E eu me deito cedo,
fingindo ter sono,
fechando os olhos marejados.
Mas te vi chegar - como em outras noites –
mansinho, trancando a respiração
para não ser notado, não ser pego no flagra
em plena madrugada fria.
Em meio aos prantos de dor:
todos mudos, secos.
Cegos...
E te senti chegar encostando de leve
o pé frio no meu, fingindo,
fingindo estar ali antes de mim.
De olhos fechados
chorei baixinho.
Sem nem fazer barulho,
sem nem manchar o rosto com
tanta dor imunda.
Chorei baixinho
até o sono aparecer.
E acordei antes do amanhecer
fazendo de conta que
tudo estava normal
- inclusive, esse gosto ruim que
amarga a boca e
sorri amarelo para as inverdades
em que finjo acreditar.
Nas mentiras em que finjo contar.
E amanhã, novamente,
irei dormir cedinho.
Fingindo acreditar que um dia,
quem sabe, alguma verdade seja dita.
me fazer companhia antes mesmo
de eu te ver chegar, assim,
como quem não quer fazer barulho,
como quem não quer ser descoberto.
Sorrateiro...
E eu me deito cedo,
fingindo ter sono,
fechando os olhos marejados.
Mas te vi chegar - como em outras noites –
mansinho, trancando a respiração
para não ser notado, não ser pego no flagra
em plena madrugada fria.
Em meio aos prantos de dor:
todos mudos, secos.
Cegos...
E te senti chegar encostando de leve
o pé frio no meu, fingindo,
fingindo estar ali antes de mim.
De olhos fechados
chorei baixinho.
Sem nem fazer barulho,
sem nem manchar o rosto com
tanta dor imunda.
Chorei baixinho
até o sono aparecer.
E acordei antes do amanhecer
fazendo de conta que
tudo estava normal
- inclusive, esse gosto ruim que
amarga a boca e
sorri amarelo para as inverdades
em que finjo acreditar.
Nas mentiras em que finjo contar.
E amanhã, novamente,
irei dormir cedinho.
Fingindo acreditar que um dia,
quem sabe, alguma verdade seja dita.
quarta-feira, setembro 16, 2009
Sonhos
Tenho em mim esses sonhos
construídos nos mais faceiros desejos
esperançosos de dias vividos em plenitude.
construídos nos mais faceiros desejos
esperançosos de dias vividos em plenitude.
Tais, como a palma da tua mão
que me absorve, me acaricia
rompendo com todas
as mazelas de meu ser.
que me absorve, me acaricia
rompendo com todas
as mazelas de meu ser.
Todas as formas que sonhei,
vejo-as, agora, em ti materializadas.
vejo-as, agora, em ti materializadas.
Vejo-as, agora, em mim concretizadas.
Vejo-as em nós, enfim, eternizadas.
Vejo-as em nós, enfim, eternizadas.
Como no pacto ao qual selamos.
Como do sonho ao qual realizamos.
Como do amor que muito desejamos,
que se mostra disposto a ficar em nós.
Assim, a sós. Sem mais quaisquer nós.
Como do sonho ao qual realizamos.
Como do amor que muito desejamos,
que se mostra disposto a ficar em nós.
Assim, a sós. Sem mais quaisquer nós.
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