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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

segunda-feira, abril 26, 2010

A espera de uma reconciliação

São seis horas da manhã e ainda estou acordada. Lá fora o dia está amanhecendo. Com um pouco de dificuldade, encoberto por nuvens carregadas, os primeiros raios de sol tentam iluminar o céu, que, nesta noite - quase manhã - está desacompanhado das estrelas.
Janelas no prédio ao lado fazem barulho. Olhos que se abrem com o mesmo desejo de permanecerem fechados não são meus. Os meus acompanham atentamente os passos no andar de cima. Hora o menino corre para tomar o seu leite, hora corre para não perder a condução. 
Os meus passos estão cansados. Prontos para mais um amanhecer na solidão de uma cama vazia, num quarto frio, acompanhada, apenas, por uma linha não preenchida. Por um nome que não posso marcar. Não é mais meu. Por dois passos que tentarei dar amanhã...
Porque o novo dia só começa, para mim, quando o outro termina com o fechar dos olhos meus. E, esse dia insone terá um pouco mais de duração. Até que meus olhos estejam cansados de tanto te esperar.