Um orgulho e uma satisfação contida em meio sorriso. Palavras e desejo de se estar perto. E a certeza de se estar no lugar certo. É tudo que tenho para hoje. A sensação de o vento tocar em meu rosto, do sol bater fundo na retina astigmática de meus olhos, é tudo que carrego no dia de hoje.
Repousei as sacolas carregadas de medos e fantasias. Coloquei-as no chão, do lado de fora da casa. Na varanda, perto do vaso com girassóis. No desejo, de que ali, floresçam novas sensações - e que sejam serenas e acolchoadas.
Apesar dos olhos astigmáticos, ainda enxergo de longe. Enxergo longe, longe, longe... como ecos que não têm fim - ainda que a Física me conteste. Soam à milhas daqui. E não se perdem no ar. Continuam flutuando, vagando até encontrar um lugar seguro para se aninhar. E só assim, cessam - por hora!
Não guardo olhares para o passado. O que, de fato, me interessa é o que ainda desconheço. Ainda que não me falte argumentos para ficar, tomo dois goles de café e bato a porta da frente. Ando reto e desejo alcançar meus horizontes. Quem tiver fôlego, que me acompanhe. Os demais que aspirem um pouco de sol e sintam o vento nos cabelos, ali na varanda, perto do vaso com girassóis.
Estou de saída e não tenho pretensão de voltar. A cada quilômetro percorrido, junto uma porção de meios sorrisos dados e formo em um largo e satisfeito sorriso bem dado. Sem vontade de se desfazer. Apenas somar. Porque multiplicar implicaria pular algumas etapas, e quaisquer que venham pela frente: são necessárias. Por isso, digo que já fui. Já estou lá. E que me acompanhem os saudáveis de coração.