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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Revolução imanente


As coisas não deveriam ser assim,
Estamos carentes de ídolos.
Não entoamos mais cantos
De protestos. Não saímos às ruas
Em busca de nossa felicidade
E de nossos direitos.

As coisas não deveriam ser.
Vi Ruby Dee na televisão outro dia,
E fiquei pensando o quão minha geração
É carente de ídolos.
Não entoam cantos, não protestam.
Não usam sabiamente as palavras.
Estamos todos carentes de ídolos.

Minha geração é impregnada
De ignorância tecnológica.
E como ficam àqueles
Que desconhecem, sequer, esse termo?

Estou cansada de ver nos noticiários
Políticos brigando entre si,
Por coisas inúteis que não mudarão eles próprios.

Estou cansada dessa preguiça
Imanente à minha geração.
Também estou nessa! E infeliz por isso.

As disputas não são por nosso bem estar.
As brigas não são por nós. Não são para o povo.
Não buscam democracia.
São demagogas. Egoístas e podres.

O que Ruby Dee fez por seu povo,
Por sua raça, por seus direitos,
Não atingiu somente à sua geração.
Seus descendentes carregam no sangue
Esse desejo de mudança. Desejo vanguardista,
A que tanto ela menciona nessa entrevista.

Ruby Dee, Martin , Malcom X,
Gandhi, Chico Xavier:
Almas diferentes,
Mas que se aproximam e se tornam uma só
Pelo que lutam, buscam e acreditam.

No presente, porque, apesar do pouco
Esforço e boa vontade de nossa juventude,
Esses espíritos grandiosos por suas lutas
E fé, sempre fé, no próximo,
Precisam estar em nós.
Precisam fervilhar em nossa essência,
Transbordar em nosso moral
E ser entoado como hino.
O hino da nova revolução.