Lembrar é não ver, como diria Alberto Caeiro; lembrar é sentir o que não se pode tocar nem o que não se pode resgatar. Lembrar é lembrar. Puro saudosismo em dois goles de vinho. Em processos. Num ver a chuva bater na janela, o vento soprando os galhos das árvores... Um arco-íris que desperta lá no fundo e, finalmente, o sol que surge trazendo de volta a rotina tão esperada. E o lembrar de antes, agora, já foi esquecido.
Lembrar é lembrar. Um processo, um momento passageiro. Viver é mais, mas o gosto ainda é o mesmo: o de lembranças e o desejo de esquecer.