Em tempos de Ressurreição,
[Como quem não sabe se acende uma vela
Ou fecha os olhos em meio à escuridão da celebração]
Em tempos de glorificação à vida,
Algo - coisa essa
Habitante da camada mais profunda do meu ser -
Acaba de disparar o último suspiro.
O último e tão mais agoniante sopro de qualquer coisa
Para o qual, ainda, nome algum foi destinado,
Mas que, de mim, com toda ordem de importância,
Desprende-se
Sem temer qualquer céu ou inferno pela frente.
Apenas foi.
Entoando adeus e
Bendizendo os lampejos de qualquer carta marcada;
Apenas foi, sem culpa
Esquartejado por uma foice mística;
Sem negar os predizeres dos sábios matutos:
- Basta estar vivo para se morrer, enfim.