Quem sou eu

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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

segunda-feira, dezembro 31, 2012

Luto

Em tempos de Ressurreição,
[Como quem não sabe se acende uma vela
Ou fecha os olhos em meio à escuridão da celebração]

Em tempos de glorificação à vida,
Algo - coisa essa
Habitante da camada mais profunda do meu ser -
Acaba de disparar o último suspiro.

O último e tão mais agoniante sopro de qualquer coisa
Para o qual, ainda, nome algum foi destinado,
Mas que, de mim, com toda ordem de importância,
Desprende-se

Sem temer qualquer céu ou inferno pela frente.
Apenas foi.
Entoando adeus e
Bendizendo os lampejos de qualquer carta marcada;

Apenas foi, sem culpa
Esquartejado por uma foice mística;
Sem negar os predizeres dos sábios matutos:
- Basta estar vivo para se morrer, enfim.