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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

segunda-feira, dezembro 31, 2012

Ode aos vegetais - em tempos de fast (die) food


Sou a pessoa
Que mais ama os vegetais
No mundo inteiro:
Nutro tamanha adoração por eles
Que jamais, sequer,
Tenho coragem de devorá-los
E, sumariamente, transformá-los
Em desprezíveis e fétidas pastas fecais, no momento derradeiro.
Contemplo-os como a todos os poetas
Que louvam suas musas diáfanas: a meio palmo de distância.

*
O poeta canta em linhas aquilo que em dias não pode ser. Canta a vontade empírica de ser o que nem de longe se parece, mesmo não tendo atributos fortes para sê-lo. Eis, então, a grande beleza em poetar. Pois se é: sendo ou não, se é.