Quem sou eu

Minha foto
- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

terça-feira, maio 07, 2013

INFORTÚNIO UMBILICAL


Tudo o que fazes para mim
Soa como um fardo
Uma imposição divina
Que deve ser obedecida a cada Ave Maria decorada

Tudo o que fazes para mim
De pálida boa vontade
Soa como cinismo velado
De alguém tão mesquinho e egoísta
Que não é capaz, nem mesmo por amor próprio,
Dizer que não está afim quando, realmente, não estás.

O meu estômago embrulha só de pensar
Que posso ser como tu, logo adiante
Seguindo maquinalmente como a reza de um terço,
Seguindo à risca o dito popular
‘Quem sai aos seus não degenera’

Antagônico e complexo
Nunca fui tua
Apenas saí daí, de algum jeito
Nem sei como, meu Deus

Nunca fomos nada
Nem mesmo fizestes questão
Questão de tentar ser

Nunca fomos nada
Além do que completas estranhas
Que pela infelicidade do destino
Precisam ocupar a mesma sala de jantar.

Mais sofrível do que convivência forçada
É a impossibilidade genuína
De sermos qualquer coisa que não
Meras intrusas
Meras desconhecidas...

Se estas palavras a chocam
Deixam-na perplexa e ofendida
Tente fazer uma aproximação
Mais fidedigna possível
Dos sentimentos com que a tua incoerência
E frieza maternal
Mastigaram minha alma,
Minha felicidade.