Quem sou eu

Minha foto
- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

quinta-feira, dezembro 11, 2014

otto

deitado sobre a cama
atravessou-se com ar solene no colchão

eu, minúscula e encolhida
em meu sono
empurro-o com o pé tímido
ele, imponente animal
exercendo seu direito
quase humanizado
olha-me de esguelha

intimida-me
com sua enorme boca torta
e seu nariz quase todo branco, enrugado

dou-lhe benção, dominada
pode, pode dormir em paz
ficarei bem aqui, servil
com meu pedaço de colchão:

uma perna para fora da cama
os braços na cabeça
e a outra perna
dobrada na sua imobilidade
de amar e amar e somente amar
esse cão rabugento

amanhã, tu me pagas
amanhã, rendez-vous
amanhã, igual outra vez