existe o oco e o acre
as horas vagas
em que a poesia
dilata no ventre
o golpe único do gozo
a razão e o sentido
o vencido se forma
na fumaça do cigarro
e dança livre no ar rarefeito
existe o punho e a caneta
os dedos entrelaçam
a palavra maldita
o punho cerra o significante cuspido
tudo translúcido no verso úmido
o verso mais chulo
que nós, imundos, podemos cantar