Quem sou eu

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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

sexta-feira, dezembro 12, 2014

poema indigno

existe o oco e o acre
as horas vagas
em que a poesia
dilata no ventre
o golpe único do gozo

a razão e o sentido
o vencido se forma
na fumaça do cigarro
e dança livre no ar rarefeito

existe o punho e a caneta
os dedos entrelaçam
a palavra maldita
o punho cerra o significante cuspido

tudo translúcido no verso úmido
o verso mais chulo
que nós, imundos, podemos cantar