Vejo a vida como um filme, onde identifico personagens e atribuo características e personalidades. E pronto. Logo estamos dentro daquela caixa sufocante e no ato, todos que nos cercam fazem parte do elenco, mesmo que muitos não passem de meros figurantes... não importa, o nome deles passarão nos créditos. Todos serão lembrados.
Passando algum tempo, achei ter perdido de vez o controle remoto da minha vida. Por sorte, o achei embaixo da poltrona...
Como que cansada de assistir às mesmas cenas comecei a zapear desesperadamente, em nenhuma cena ou fala me reconhecia. O desespero foi enorme. Angustiada e apavorada apertei bem fundo o botão de Liga/Desliga, e tudo a minha volta ficou no escuro e eu já não via mais o meu reflexo.
Ainda tonta e sem saber o que estava acontecendo, acordei com um sacolejo infernal. Reconheci o lugar. Estava dentro de um porta-malas. Pensei estar, mais do que nunca, perto do fim. Desliguei-me de vez – não queria ver o meu fim, assim tão de perto.
Sem acreditar pude sentir meu coração bater novamente. A luzinha interna foi acesa. Meu fusível ainda funcionava. E sinto-o melhor do que nunca!
Abri primeiro um olho, depois, lentamente o outro.Com os lábios fortemente apertados esbanjo um sorriso largo e inesperado. Pensei com meus botões: “ainda funciono. Vivo!”
Voltei para casa num segundo. Coloquei-me rapidamente na estante da sala, e suspirando nervosa apertei, delicadamente, o power.
A imagem produzida por mim já é mais harmoniosa.
As cenas já são mais compreensivas, e eu, já me reconheço. Até mesmo minha fala!Tão cedo não me desligarei da tomada. Não mesmo!
Passando algum tempo, achei ter perdido de vez o controle remoto da minha vida. Por sorte, o achei embaixo da poltrona...
Como que cansada de assistir às mesmas cenas comecei a zapear desesperadamente, em nenhuma cena ou fala me reconhecia. O desespero foi enorme. Angustiada e apavorada apertei bem fundo o botão de Liga/Desliga, e tudo a minha volta ficou no escuro e eu já não via mais o meu reflexo.
Ainda tonta e sem saber o que estava acontecendo, acordei com um sacolejo infernal. Reconheci o lugar. Estava dentro de um porta-malas. Pensei estar, mais do que nunca, perto do fim. Desliguei-me de vez – não queria ver o meu fim, assim tão de perto.
Sem acreditar pude sentir meu coração bater novamente. A luzinha interna foi acesa. Meu fusível ainda funcionava. E sinto-o melhor do que nunca!
Abri primeiro um olho, depois, lentamente o outro.Com os lábios fortemente apertados esbanjo um sorriso largo e inesperado. Pensei com meus botões: “ainda funciono. Vivo!”
Voltei para casa num segundo. Coloquei-me rapidamente na estante da sala, e suspirando nervosa apertei, delicadamente, o power.
A imagem produzida por mim já é mais harmoniosa.
As cenas já são mais compreensivas, e eu, já me reconheço. Até mesmo minha fala!Tão cedo não me desligarei da tomada. Não mesmo!