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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

domingo, dezembro 09, 2007

Desilusão

Entre dias e noites, realidade ou não, muitas vezes a presença doce e angustiante - de certa forma - da ilusão te traz algo de bom. Amarga na maioria das vezes, mas o gosto dela, na minoria restante é docinha, talvez por ser, erronia ou não, por ser confundida com a esperança. Confundida com a luzinha brilhantemente acesa no final do tão desesperador túnel; tanto faz. Sinta-se acompanhado.

Ela está do seu lado, finge em te fazer companhia, e de súbito e sensivelmente derrotado você aceita-a, e então... palpitar do coração felizmente agoniado, a agitação é tanta que o seu sangue corre desesperado pelas veias, te dando a sensação de ter sentado num formigueiro das pequenas e mais ardentes espécie de formiga.


Você se coça e o desespero sorridente aumenta. O fôlego parece fugir. Falta de ar!Então, quando tudo fica escuro, e depois do baque, você volta a si e percebe que tudo aquilo de antes, agora, mais acordado, mais são, você recebe a prova de que a esperança estava vestida, e como não dando mais para camuflar-se a companheira e tão temidamente encantadora desilusão surge, apagando a luzinha que já estava na penumbra, no fim do túnel. E numa explosão de delírios de estilo metafísico - além do que se possa imaginar e muitas vezes compreender - ela começa de novo, e a amiga e gentil ilusão esperançosa não te abandona.


Contando as últimas moedas para a passagem de ônibus, retorna-se para a surrealidade que faz borbulhar esperança e um tanto de fé no coração enfartado.


– Por favor! recarregue as pás, será preciso ressuscitar esse corpo, ainda há tempo para novas desilusões.