Nem sempre participei das festividades pulsantes do meu coração.
Precisava manter-me firme, porém, à distância, contemplava tamanha euforia que provocava um certo pavor: sabendo que mais cedo ou mais tarde todos os fogos de artifício teriam queimado e acabariam perdendo o brilho com o nascer do dia.Desta vez foi diferente: coloquei-me à frente, vivi os momentos esperançosos, e morri com a desilusão de outros mais.
Permaneci de corpo e alma, festejei por cada sorriso arrancado de seu rosto, chorei por todo abraço demorado e perdi os sentidos em cada despedida.
Fiquei à espera.
Amanheci a cada dia lutando para um renascer próspero, mas, tu te ias e eu jamais percebi a distância.
Tampouco compreendo esse vazio que rompe em pranto o silêncio da madrugada.
Nem mesmo posso sentir a brisa vinda das janelas abertas. As portas foram lacradas, e a luz já não ilumina como antes.
O vazio se torna teimosamente solitário, porém, solidário com o tanto que sente e sofre e pesa.
Perdendo em si os sentidos. Internamente.