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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

sexta-feira, março 21, 2008

Interna

Apenas uma parte aparentemente visível se contenta com a insanidade sentida anteriormente. Apenas essa parte deixava-se usar. Contentando-se em apenas ser o zero absoluto subordinado pelas desilusões, injustas, sofridas por outros ardores em diferentes épocas.
E essa parte, euforicamente submissa a tanto mal-estar sucessivo, implora pela outra parte - ainda vagando por entre sombras frias – implora, que se junte a ela, e que sinta um calor verdadeiro ou então que congele pela frieza ímpar que tanto recebe de apenas um, mas não único ser.
Mas, a parte de intensa solidão foge ao ver as chamas da paixão. E pensa com ela: “paixões são passageiras, e só fazem mal...”.
E como fazem mal. São insólitas e vagas. Apagam-se com o escurecer dos dias. Diminuem como que se tivesse gastado todas as suas pilhas. Os ponteiros do relógio empacam, mas é pura ficção, pois o tempo continua disputando a frente com o vento.
Partes essas que se fundem e separam-se entre um personagem e outro. Tanto faz o tema ou ambiente, elas são únicas, são as mesmas de hoje, e serão sempre as mesmas de amanhã. Cada uma lutando por um ideal (contraditórios ideais), porém se encontrarão quando o personagem deixa de ser latente e passe a ser de carne e osso. De sensações e olhares. De agir e sentir combináveis e estáveis.
E ambas as partes apressam as horas internas e procuram logo por um abrigo sincero onde as duas caibam e que só assim deixem de passar a perna uma na outra.