Alguma coisa me fez vir até aqui. Uma palavra que escutei há pouco, ou até mesmo o que venho escutado há dias atrás. Um filme que ainda não assisti, mas que tenho atuado há um bom tempo... Também me trouxe até aqui. Fortes pensamentos-sentimentos me trouxeram até aqui. Conheço parcelas do motivo. Umas guardo em segredo para que nem eu mesma possa sufocá-las de tanta euforia, por que existem momentos e momentos para que possam vir acontecer. Não quero me afobar antes da hora. Outras vêm com o tempo. Não o tempo que marca o teu relógio, mas o tempo que marca o meu.
Temos tempos distintos para fazermos as mesmas coisas. Coisas essas, que quando uns fazem, outros, desesperadamente tentam fazer. E o que é pior: tentam fazer igual. Sem espontaneidade. Mas eu estou em outro fuso-horário. Não sei bem de onde, de quê lugar. Porém, aqui nada é incerto quando tudo que se parece o mais certo está dentro de si. Seja o que for, seja de qual intensidade e infinitésimo que seja, tanto faz. São puros e simplesmente seus. O que outro faz ou deixa de fazer, não necessariamente está certo. E o que faço agora, não necessariamente está errado.
Até mesmo o clima muda. As folhas das árvores levam um tempo, mas quando chega a hora, elas despencam. E caem não porque uma outra despencou, mas sim porque foi preciso. Porque logo mais vem a primavera, e nela, as folhas novas têm de ter chance de florescerem, têm de ter sua chance. E a nossa vida é assim, do mesmo jeito e tempo como as folhas nascem, crescem, reproduzem-se e envelhecem. É assim que o mundo gira, que as roupas de agora, deixam de ser tendências da moda de amanhã.
Hoje gostamos de algo que futuramente odiaremos (ou não.) Perdoaremos atitudes que agora, talvez sejam imperdoáveis. E assim a vida muda, e com ela as pessoas também. Mas todas essas mutações incontroláveis têm o seu tempo exato para ocorrer.
Não procure colocar a carroça na frente dos bois: a vida não pode ser vivida somente por impulsos manipulados nem percorrida por passos apressados. No fim, todos nós estaremos caminhando rumando um mesmo destino e chegaremos juntos na ponta da estrada da vida, e então, tu caro leitor, vais entender que ai dentro, onde teu coração pulsa tranqüilamente, vais ver que valeu a pena ter tido o teu próprio relógio de pulso. E só quem deve dar a corda, trocar ou não as pilhas: és tu mesmo.