Quem sou eu

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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Ilusão

Esse coração que incendeia e enobrece
sem o seu carinho e amor
ele se aborrece.

Com o céu nublado,
na incerteza de um novo encontro,
de sentimentos embriagados,
e coração aflito: o corpo padece.

Cansado das tempestades vãs,
das lamúrias incessantes
com que o coração teima em pulsar,
e da insatisfação frustrada
ele deixa-se levar

Pela brisa que afaga-lhe
os cabelos Enredados,
e deixa-se...

Entrega-se a alguém que lhe
toque, que entranhe nos poros
fazendo com que sinta calafrios,
arrepios de ternura.

De aconchego.
De solidão.

Solidão essa, revestida de saudade.
De apego ao que não lhe serve.
Ao que nunca fora seu.

Nem sequer em pensamento.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Prefiro sentir

Prefiro as pessoas que não sentem saudades
daquelas que mentem sentir.


Prefiro que os telefones não toquem,
ao invés daqueles que por pura satisfação única
teimam em tocar.


Prefiro a saudade descabida,
sem forças, nem medidas.
Prefiro aquilo que parece ser
quando os olhos se encontram, do que
as meias verdades ditas do céu da boca.


Prefiro um céu cheio de estrelas,
do que o lamber da saliva.


Prefiro um suave toque,
do que uma mera ilusão de noites perdidas
nas horas da Lua.


Prefiro o coração ainda aos pulos,
do que um coração cansado de pular.

Renovação da alma

Tudo passado a limpo.
Tudo modificado.

O que era velho transformou-se em novo.
O que era escuro transformou-se em Luz.

Quero tudo o que devo ser
para fazer àqueles mais felizes.

Quero ser para ter a mim
pertinho do meu peito,
escutando as batidas do meu coração.

Quero o novo para
renovar as esperanças,
renovar o calor da pele e
renovar o sorriso dos lábios.

Quero o novo porque o outro
morreu de velhice.

Morreu na tristeza
por esperar um novo amanhecer
sem nada a fazer.

Quero o novo,
porque minha alma renovou-se
e o ano recém iniciou-se.

Quero um novo.
Um novo amor.

Feliz ano novo e às novas e merecidas mudanças!

Idas e vindas

Não.

Eu não posso mais
aguardar por tuas
promessas não cumpridas.

Por teu adeus
mal dado e por teu
chegar que avassala.

Não é justo comigo,
que tanto pedi
para que fostes
de uma vez por todas.

Que fostes,
mas que fostes de verdade.
E que ao sair
fechastes todas as portas
e janelas e me devolvesses as chaves.

Eu tanto pedi e
num súbito agressivo, causado
pela suposta rejeição,
jogastes em cima de mim
todas as rosas, as nossas músicas,
as nossas fotos, os beijos e os abraços,

e por fim, me apunhalastes
com todas as palavras de
desafeto que nunca disseras antes.

E agora, quando pergunto
o porquê da tua volta
- pela enésima volta –
só sabes me insultar e
dizer que se for de minha vontade
vais embora.

Mas tudo que realmente acaba
é o dia e com ele: eu me acabo nos teus braços.

sábado, janeiro 24, 2009

Minha alma

Minha alma voa.
Vaga na noite escura da cidade.
Encontra farras silenciosas
em cada esquina.
Pára e escuta.

Escuta o silêncio que mora
nas lâmpadas apagadas
das avenidas solitárias.

Caminha por mais esquinas,
como que querendo encontrar
em cada olhar
o seu olhar.

Mas, só havia poucos olhos fechados.
olhares cansados de uma noite fria.
De uma noite só.

E minha alma continua vagando.
Vagando por ali e por aqui
no fim das ruas, dentro das casas
dentro da própria alma.

Vagando a sós.
Vagando enfim, em lugar algum,
cansada de mim.