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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

domingo, maio 22, 2011

Expressão

Foi necessário expandir. Recriar verbos e formas de manuscritos para amparar o que de mim transborda.
Não é feita da junção clássica de quem tem dom e o usa de maneira mais genial possível. Foi um sobressalto. O despertar de  uma inspiração adormecida. Uma vontade absurda de fazer e dar contorno a tinta que me seduz. Processo único. Um momento e um suspiro. Toda recordação partilhada com o desejo inovador de me recriar. Redescobrir os horizontes perdidos dos traumas de uma lâmpada queimada. Redescobrir a palavra transportada em diagramas, cores que flutuam e se fundem numa mistura imatura de uma mente em crescimento.


Resgatando o passado. O momento crucial, no qual definiu as tempestades de inverno em ondas de calor dum mar do Cassino. Recordar as idas e vindas. Os não saberes e os quereres num emudecer das canções.
Reconstruindo as tardes de sol trancafiada no quarto, planejando, desenhando e re-desenhando o símbolo de minha infância solitária, típica de uma moradora de condomínio cuja a companheira mais nova era balzaquiana. A infância retratada na luminosidade do sol. No amadurecer das palavras com o chegar da primeira estrela.


Curvas que se transpassam. O verde da erva mate impregnada nos dedos e na memória inventada.
A solidão mais aconchegante de todos os invernos e, por que não?, de todos os verões. Danças escondidas. A música que escorria do chuveiro não acabava com qualquer passar de toalha nas costas. Vestia-me ainda úmida, para ter por mais tempo em mim, caso a memória falhasse, as canções escritas no vapor do suor de meus heróis munidos de teclas, cordas, melodias e vozes.


A solidão e a infância sopradas no vento das cordilheiras distantes, retorna, agora, em tinta óleo. Mancha a tela com pinceladas que só a alma é capaz de revelar. Não é de entendimento comum. É totalmente egoísta e solitária. Do universo dos versos escritos na memória do dias que não voltam mais, graças a Deus!

Não entra em jogo os sabores de se desfrutar de um dom (do qual não tenho), é  só e exclusivamente o desejo incontrolável de viver em outras línguas.


"Versos que me traduzem"...


..."soltos no universo das paixões".