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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Lembranças

(Dedicado às minhas solitárias lembranças.)

S
abe aquelas palavras não ditas? Guarde-as no fundo de tuas lembranças. Queria que elas fossem as últimas a serem esquecidas quando o tempo passar, quando a pele enrugar e quando você não mais lembrar nem mesmo qual é o meu nome.

Desejaria que elas ficassem dentro de ti. Eternizadas ou não, mas dentro de ti. Seja por um tempo mínimo, seja por qualquer algumas duas horas, mas que você as lembre.

E quando isso acontecer, quando essas lembranças esbranquiçadas surgirem, ao menos dê um sorriso. Mesmo que tímido e quase o negando. Mas sorria mesmo assim. 

Estarei aqui ou aonde for, mas, estarei recordando dos momentos aqueles que nunca tivemos. Lembra deles? Seriam lembranças de manhãs e noites felizes. De risos soltos pelo ar, aquele riso incontido que doía a barriga de tanto prazer ao gargalhar. Lembrarei também das muitas brigas superficiais que teríamos. E como brigaríamos por nada. Lembra disso? Daquela vez: em que quase tudo foi por água baixo por causa de um mal entendido? Lembra? Como ríamos depois de tudo ter se esclarecido. Riamos durante semanas.

E da casa com jardim na frente? Como brincávamos e ríamos as custas dos outros que sonhavam com esse mundinho ilusório de perfeição. Ríamos porque também desejávamos. E como desejávamos! 

Talvez eu não lembrarei mais das ruas por onde andei, nem dos lugares que muito conheci, muito menos do que foi de almoço no dia de amanhã... Mas saiba que: eu irei rir, sozinha ou não, irei rir do quanto fomos... Dos sorrisos e das lembranças saudosas que nunca vivemos. E mesmo assim, seríamos felizes de qualquer jeito.