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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Infinito de sentimento oculto (26/10/2007)

   Encontrei o mar.
As ondas estavam altas, as águas revoltas. Senti o vento soprando teimosamente em meus cabelos. Que frio!Eu senti.
   Permaneci sentada diante daquela imensidão escura e silenciosa. Estávamos nós: o céu escuro e nublado, e as ondas gigantes. Aquela tarde, nunca me pareceu tão sozinha, tão fria.
 
As horas andavam a passos lentos.
 
O Sol já não brilhava mais. E os pássaros voavam desesperadamente à algum lugar sossegado e livre de tantas tormentas. Tempestade.
   E eu permaneci sentada sob uma areia fina e mórbida. Sob um céu que não reluzia mais esperança nem fé. Desespero.
Ainda cansada de tanta falta de harmonia, de tanta falta de paz, me pus a chorar.
   Desesperadamente em um choro inexistente fiquei assolar. Pranto silencioso.
 
Inaceitável dor, pranto manso, um vazio que dói profundamente, de dentro para fora, rasgando minha pele em um afável desabrocho.
   Estonteante luz se pôs no horizonte. Ventos calmos, ondas mansas. Profundamente tomada por uma sensação serena, me pus a pensar.
 
   Percebi que já não estava sozinha, e como estava, já não era tão amargo nem áspero. Doce harmonia era aquela, que riscava os céus num colorir de tirar sorrisos dos rostos de quem quer que visse. Doces sabores de encontros sem partidas. De flores exalantes de um perfume único. Inconfundível. 
Sabor era esse que sentia entre os meus lábios?
 
    Eu que nem sou vaidosa descarto o batom que já não uso. Um gosto diferente de um brilho confortante naquele céu, que mostrava humildemente o Sol que estava escondido entre as nuvens mais carregadas e grandes (que antes nunca tivera visto igual).
    
   Eu que passei meus dias inteiros olhando para o mesmo céu, nunca havia percebido a grandeza de seu existir. O vento - que antes queria me arrastar a todo jeito em direção oposta de onde eu ia -, sopra suavemente a meu favor.  
Estimulando-me a prosseguir. Caminhar sempre em frente, vislumbrando os dias de sol e superando os dias recônditos.