Quem sou eu

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- O que escrevo? Não sei. Só sei que minha alma grita e eu já não posso mais abafar nem conter essa ânsia.

segunda-feira, dezembro 31, 2007

Um suspiro e nada mais

A primeira vez em que se viram, nem o infinito foi capaz de explicar a chuva de estrelas vinda de trás das nuvens carregadas de desamparo, ilusão e desesperança.

Perdida no tempo e espaço, em desatino saiu do seu apartamento. Precisava respirar, necessitava ver vida – já que sentia-se apenas respirando e mais nada.
Arrastando-se lentamente, ela mexia-se.
O amontoado de gente nas ruas faziam-na tontear e até mesmo cambalear.
Ela, que há muito tempo vivia o mesmo bairro, desconhecia as pessoas e vizinhos que por ali passavam.
Com cabelos desgrenhados e roupas fora de moda, sentia-se uma completa estranha. Alienada e bagunçada abaixava o rosto quando alguém cruzava seu caminho.
E assim caminhava por um bom tempo.
Tempo lento e aflitivo para quem não tem muito que fazer.
O que sua vida toou a deixou sem perspectivas e muito mesmo ela possuía um “plano B”.
Pensamentos vagando em desespero absoluto.
Luto estancava seu peito, prendia sua respiração. E mesmo assim, ela continuava a caminhar; vagando por entre docas, latas de lixo e por entre pessoas apressadas.
Sentia-se estranha. A coisa mais estranha que pôde ter visto até hoje.
Sinceramente? Coisa estranhamente viva.
“Viva!” bateu em seu peito oprimido sobressaltando de sua boca seca. “VIVA!” mais uma vez repetiu, agora em voz alta, ganhando olhares interrogativos. Interrogações de somenos importância comparada à vivacidade de seu andar, agora mais altivo.

Encaminhou-se apressada e mais lúcida, até o banco da praça, mais próximo. Precisa recobrar o fôlego – alegando ter vivido intensas emoções e descobertas.
Sentou-se assim que encontrou um banco vago.
A euforia que toma conta de suas entranhas não a deixou repousar. Levantou-se capciosa, e tornou a andar.
Nesse momento, sentia-se leve e fresca. Sua saia ritmada com seu andar, agora majestoso e provocante, balançava para lá e para cá...
Ela desfilava.
Observando os grandes prédios e contemplando as velhas, porém, resistentes árvores, atravessou a rua sem prestar atenção no que fazia.
Rodopiou no meio do asfalto sem notar onde estava. Sentia seus pés saírem do chão e sua leveza era mais intensa.

Obs.: O próximo post será com a continuação deste.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Vida em cores

Vejo a vida como um filme, onde identifico personagens e atribuo características e personalidades. E pronto. Logo estamos dentro daquela caixa sufocante e no ato, todos que nos cercam fazem parte do elenco, mesmo que muitos não passem de meros figurantes... não importa, o nome deles passarão nos créditos. Todos serão lembrados.
Passando algum tempo, achei ter perdido de vez o controle remoto da minha vida. Por sorte, o achei embaixo da poltrona...
Como que cansada de assistir às mesmas cenas comecei a zapear desesperadamente, em nenhuma cena ou fala me reconhecia. O desespero foi enorme. Angustiada e apavorada apertei bem fundo o botão de Liga/Desliga, e tudo a minha volta ficou no escuro e eu já não via mais o meu reflexo.
Ainda tonta e sem saber o que estava acontecendo, acordei com um sacolejo infernal. Reconheci o lugar. Estava dentro de um porta-malas. Pensei estar, mais do que nunca, perto do fim. Desliguei-me de vez – não queria ver o meu fim, assim tão de perto.
Sem acreditar pude sentir meu coração bater novamente. A luzinha interna foi acesa. Meu fusível ainda funcionava. E sinto-o melhor do que nunca!
Abri primeiro um olho, depois, lentamente o outro.Com os lábios fortemente apertados esbanjo um sorriso largo e inesperado. Pensei com meus botões: “ainda funciono. Vivo!”
Voltei para casa num segundo. Coloquei-me rapidamente na estante da sala, e suspirando nervosa apertei, delicadamente, o power.
A imagem produzida por mim já é mais harmoniosa.
As cenas já são mais compreensivas, e eu, já me reconheço. Até mesmo minha fala!Tão cedo não me desligarei da tomada. Não mesmo!

quinta-feira, dezembro 20, 2007

À par dos acontecimentos obscuros

Nem sempre participei das festividades pulsantes do meu coração.
Precisava manter-me firme, porém, à distância, contemplava tamanha euforia que provocava um certo pavor: sabendo que mais cedo ou mais tarde todos os fogos de artifício teriam queimado e acabariam perdendo o brilho com o nascer do dia.
Desta vez foi diferente: coloquei-me à frente, vivi os momentos esperançosos, e morri com a desilusão de outros mais.
Permaneci de corpo e alma, festejei por cada sorriso arrancado de seu rosto, chorei por todo abraço demorado e perdi os sentidos em cada despedida.
Fiquei à espera.
Amanheci a cada dia lutando para um renascer próspero, mas, tu te ias e eu jamais percebi a distância.
Tampouco compreendo esse vazio que rompe em pranto o silêncio da madrugada.
Nem mesmo posso sentir a brisa vinda das janelas abertas. As portas foram lacradas, e a luz já não ilumina como antes.
O vazio se torna teimosamente solitário, porém, solidário com o tanto que sente e sofre e pesa.
Perdendo em si os sentidos. Internamente.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Um vazio preenchido de esperança

Não use mais palavras categóricas de rimas fáceis e de clichês baratos.
Não será mais necessário aproveitar-se das mentiras para usar do meu amor.
Com mentiras ou não, ele ainda vibra ansiosamente harmônico por ti.
Com as mesmas perspectivas frustradas ainda deixo a porta encostada.

sábado, dezembro 15, 2007

É melhor assim

É melhor não ver.
Fingir não ver ou sentir.
Melhor esquecer.
Melhor desistir,
E não mais insistir.

Vai ser melhor assim.

domingo, dezembro 09, 2007

Desilusão

Entre dias e noites, realidade ou não, muitas vezes a presença doce e angustiante - de certa forma - da ilusão te traz algo de bom. Amarga na maioria das vezes, mas o gosto dela, na minoria restante é docinha, talvez por ser, erronia ou não, por ser confundida com a esperança. Confundida com a luzinha brilhantemente acesa no final do tão desesperador túnel; tanto faz. Sinta-se acompanhado.

Ela está do seu lado, finge em te fazer companhia, e de súbito e sensivelmente derrotado você aceita-a, e então... palpitar do coração felizmente agoniado, a agitação é tanta que o seu sangue corre desesperado pelas veias, te dando a sensação de ter sentado num formigueiro das pequenas e mais ardentes espécie de formiga.


Você se coça e o desespero sorridente aumenta. O fôlego parece fugir. Falta de ar!Então, quando tudo fica escuro, e depois do baque, você volta a si e percebe que tudo aquilo de antes, agora, mais acordado, mais são, você recebe a prova de que a esperança estava vestida, e como não dando mais para camuflar-se a companheira e tão temidamente encantadora desilusão surge, apagando a luzinha que já estava na penumbra, no fim do túnel. E numa explosão de delírios de estilo metafísico - além do que se possa imaginar e muitas vezes compreender - ela começa de novo, e a amiga e gentil ilusão esperançosa não te abandona.


Contando as últimas moedas para a passagem de ônibus, retorna-se para a surrealidade que faz borbulhar esperança e um tanto de fé no coração enfartado.


– Por favor! recarregue as pás, será preciso ressuscitar esse corpo, ainda há tempo para novas desilusões.

sábado, dezembro 08, 2007

Um pouco mais de calma

É numa hora como essas que o que a gente mais deseja: é de um descanso na sombra, uma brisa leve e tranqüila balançando os fios rebeldes dos cabelos soltos; tudo mais silencioso e um gole de água fresca. O momento presente e futuro requer - com muita súplica - requer calma, força, ânimo, atenção e paz.

É preciso passar por essa tumultuada experiência para que no futuro, ainda distante, seja sentido num suspiro demasiadamente contente e brevemente seguro.

Enquanto isso, esquivo-me da angústia.

sábado, dezembro 01, 2007

Ausência

"As palavras que a mim pertenciam esvaiam-se com as noites de sono mal dormidas e de amanhecer exaustivo. Lamentam-se incansavelmente diante do nada absoluto e enjoativo de minha mente tórrida que tenta despreocupar-se das preocupações decorrentes: em ter uma árvore seca no jardim da frente e dos risos distantes que a lucidez não deixa sentir."

quinta-feira, novembro 29, 2007

Como era de se esperar

Mesmo que exista distância, mesmo que talvez não mais nos vejamos... nada irá embora assim, sem mais nem menos. Não será repentina como a tua saída. Nem mesmo que sofra, que chore, digo que posso até sorrir: guardo as mais bonitas lembranças de fatos nunca existentes. Eu as guardo porque assim, posso sorrir. E alguma coisa real guardar de ti, esperança.
Criei um mundo para nós, mas a estrada que nos levaria até ele, havia dois caminhos e cada um seguiu o seu.

domingo, novembro 25, 2007

Ontem

Estive a perambular por caminhos de intenso fervor vão e de baixa harmonia luminosa. Estive a lembrar constantemente de cenas ilusórias que não me pertencem mais - elas nunca haviam me pertencido, bem na verdade - criei nomes, sentimentos e lugares para isso. Lugares que elas nunca os habitaram. Colhi rosas nos jardins encantados dos sonhos. Girei contente no meio daquela imensidão de grama. De verde timidamente único. Suspirei estonteantemente resoluta vagando naquele labirinto de desencontro.

E o tempo escureceu. As nuvens carregadas anunciavam a chegada de uma estrondosa tempestade. Mesmo assim, eu permaneci ereta naquele verde encantador. Permaneci delirante em busca de alguma saída possível daquele labirinto, que foi ficando estreito, estreito, estreito... suas paredes sufocavam-me. Com muito esforço pulei um dos muros, parecendo uma fugitiva da polícia, pulei um dos muros com cuidado para que ninguém percebesse tamanho feito. Ao cair: consegui manter-me firme nos dois pés, para alivio e contento de minha parte fogosa. “Estou forte”, imaginei suspirando. De começo, a queda foi de alívio, teve lá sua importância de significado ímpeto. Mas depois, de intensas lembranças, pude então, sentir o baque dos pés encostando brutalmente o chão frio e cheio de cacos de vidro.
Feri-me profundamente. Doeu muito, apesar do corte superficial.

Cobri as feridas estancando o sangue, calcei um sapato, e continuei o meu caminho.
Com todas as dores barradas e sentindo-me um pouco mais suscetível ao momento, deixo-me presa a letras e números, compondo frases e resolvendo problemas aritméticos. É preciso sair da ilusão, a queda é dolorosa, mas não tão violenta: fosse continuar com tanto pesar de ânimo em decadência.


Mudanças de planos, caminhar afoito pela estrada passageira da vida, náuseas, pesares, sorrisos, e lágrimas seguem na existência permanente da indecisão intragável de um ser absolutamente molestado pela indiferença e pela falta de sentir-se do lado de fora.
E depois tudo volta a fluir com a lentidão de um doce e despretensioso sorriso benevolente.
 
(sugestão de título:aceita)

segunda-feira, novembro 19, 2007

Lembranças

(Dedicado às minhas solitárias lembranças.)

S
abe aquelas palavras não ditas? Guarde-as no fundo de tuas lembranças. Queria que elas fossem as últimas a serem esquecidas quando o tempo passar, quando a pele enrugar e quando você não mais lembrar nem mesmo qual é o meu nome.

Desejaria que elas ficassem dentro de ti. Eternizadas ou não, mas dentro de ti. Seja por um tempo mínimo, seja por qualquer algumas duas horas, mas que você as lembre.

E quando isso acontecer, quando essas lembranças esbranquiçadas surgirem, ao menos dê um sorriso. Mesmo que tímido e quase o negando. Mas sorria mesmo assim. 

Estarei aqui ou aonde for, mas, estarei recordando dos momentos aqueles que nunca tivemos. Lembra deles? Seriam lembranças de manhãs e noites felizes. De risos soltos pelo ar, aquele riso incontido que doía a barriga de tanto prazer ao gargalhar. Lembrarei também das muitas brigas superficiais que teríamos. E como brigaríamos por nada. Lembra disso? Daquela vez: em que quase tudo foi por água baixo por causa de um mal entendido? Lembra? Como ríamos depois de tudo ter se esclarecido. Riamos durante semanas.

E da casa com jardim na frente? Como brincávamos e ríamos as custas dos outros que sonhavam com esse mundinho ilusório de perfeição. Ríamos porque também desejávamos. E como desejávamos! 

Talvez eu não lembrarei mais das ruas por onde andei, nem dos lugares que muito conheci, muito menos do que foi de almoço no dia de amanhã... Mas saiba que: eu irei rir, sozinha ou não, irei rir do quanto fomos... Dos sorrisos e das lembranças saudosas que nunca vivemos. E mesmo assim, seríamos felizes de qualquer jeito.

terça-feira, novembro 13, 2007

A satisfação insatisfeita

Não que a distância tenha feito dela um alguém mais carente, nem que ela quisesse conseguiria se tornar sozinha. Dos seus muitos amores, os transformou em uma válvula de escape: onde ela poderia repousar o seu corpo quente e cansado de tanto amar, mesmo sendo superficiais essas aproximações.Ela mesma repetia em frente ao espelho: “Não deixo de ser feliz por ser... ser sempre assim”.O que transparecia ao seu rosto, era que o seu pensar soava tão distante da realidade.Ela já sentia falta de ter o seu corpo unido em apenas um outro. Seja ele como for, mas que seja apenas um. Um para que ela possa dizer, “é só meu”, mesmo sabendo não ser a total verdade. Os homens, não pertencem a uma só mulher, não correspondem amores, saciam seus desejos e suas fantasias em um corpo que horas é claro e outra é escuro.Para eles tanto faz, não importa quem sejam, basta apenas que sejam.Mas para ela, esse desejo vazio estava lhe atormentando qualquer contato físico.Ela precisava de algo mais intenso que simples beijos e carícias ousadas. Precisava amar.
Foi então que eles se conheceram, no final da noite, ambos exaustos de se amarem, ficaram juntos, frente a frente, como se um passado presente de lembranças semelhantes habitava o pensamento de ambos. E quando tudo parecia tão longe, sendo apenas vagas lembranças, eles se abraçaram, e uniram mais uma vez seus corpos nus e suados de tanto prazer em um laço único e sincronizado, como se já estivessem acostumados um com outro, como se já pertencessem. E eles desfrutaram, de um amor escondido e intenso, durante quase toda vida. Muito mais que um simples desejo por aventura, eles estavam sempre enlaçados pelo amor de remotas e tristes histórias.
Ele pertencia a uma, que tão pouco o amava, e ela não pertencia a alguém e nunca pertencerá, pois sua vida é informal e seu amor não é passional, o que não pode servir para o que faz.
E ela, voltou ao mesmo espelho - que mesmo velho e descascado - ainda refletia sua imagem, um pouco mais enrugada que a de antes, mas seus olhos permaneciam, mesmo cheios de rugas, seus olhos permaneciam os mesmos.

Olhos tristes e sombrios de alguém que sempre espera mais daquilo que se tem. Daquilo que não se consegue ser.
Obs.: (Erros de digitação são constantes.)

segunda-feira, novembro 12, 2007

Sem nome

Não é que eu tenha me esquecido das minhas obrigações, e nem que eu que não tenha sofrido com tantos devaneios incrédulos durante o percurso do rio.
É que eu andei investigando lugares sinistros, de compreensão escassa e de sentimentos rígidos.
Lugares, não habitados... Não conhecidos, e já temidos. Será o mal dizer que fez dele tão feio assim? Será loucura não gostar dele assim? Ou será que o desespero e a falta de insensibilidade que nos acovardou de tão puro sentimento?
Lugar bonito, eu afirmo. Pude ir lá, conhecê-lo de perto, pude sentir o saboroso néctar do amor.
Arrisquei-me a navegar num mar violento, fortes tempestades... Foram as mesmas que lavaram toda e qualquer maledicência que cabia no meu pequeno ser. Foram elas. E eu te pergunto: elas continuam sedo ruins?

É que da incerteza de um amanhecer sereno, nasce uma flor chamada esperança.

sábado, novembro 10, 2007

Envolvente contradição

(Dedicado ao tempo vazio da espera.)

Às vezes as palavras se tornam abstratas
E o som produzido pelos lábios
São cansativos, vagos e distantes.

Deixe-me fora dos jogos de cordialidades insensíveis
E dos maus dizeres orais.
Cansa tamanha recusa dita
Dói tanta insinuação que logo é:
Desmentida pelo som que ele produz.

São tantas incoerências inúteis
De significados entorpecentes,
De gestos amáveis
E doce balançar dos cabelos.


Dos lábios se tocando
Do cantar dos pássaros ao fundo,
Servindo de rima para o nosso amor...


Intolerante? Não sois. Mais.
Aceito essa envolvente contradição
Que me faz respirar.

terça-feira, novembro 06, 2007

Uma vassoura

Sou uma vassoura.
 
Senti-me assim durante um bom tempo de minha vida. Cheguei a pensar em abdicar minhas atividades, e deixar de lado toda poeira varrida para debaixo de armários, tapetes. Sou uma vassoura que pensa, que sente a ausência de não ser utilizada.
Preciso varrer!
Um dia me peguei exclamando feito doida varrida. Varrida? Não! "Sou eu quem varre... Sou uma vassoura,!" exclamei para minha mãe estrela. Somos aquilo que queremos ser, ela respondeu delicada. E eu digo, me orgulho de ser uma madeira velha e pouco cheirosa, que varre, varre a qualquer hora, e depois descansa pendura num prego enferrujado fora de casa. 
Adoro ser!

Não sou uma simples madeira magricela com palhas na cabeça. Eu sou uma vassoura que varre. Varre com alguém. Alguém cantarolando, alguém resmungando... Mas alguém. Poucas horas de uso, e ainda  sim tenho a companhia de pessoas de verdade. Eu sou uma vassoura feliz. Adoro varrer, já disso isso antes? Sinto-me tão útil varrendo... Chego a cantar.


Muitas vezes, me usam demais e o estresse é grande. São tantas peças à varrer... Tantos tapetes à serem limpos... Eu trabalho demais e por hora: cansa! Acabo perdendo minhas madeixas louras e secas, sem nem tirar o brilho dos olhos continuo varrendo e cantando.
E como canto!!
Prefiro ser vassoura. Graças ao meu bom Deus que não sou um aspirador de pó. Eles são tão chatos... Tão barulhentos... Tão enormes e pesados... Eles me cansam, sabe? Querem tomar o meu lugar. E os desgraçados ainda moram dentro de casa enquanto fico encostada numa parede gelada. Francamente!! Mas nem isso me faz voltar atrás: adoro ser vassoura, varrida, varada, vibrante.
Não preciso de fios. Posso ser usada na rua em dia de chuva, posso ser usada quando falta luz. Inclusive, espanto até alguns humanos e outros animais que incomodam o meu parceiro de serviço. Além disso, eu não preciso carregar um saco sujo dentro de mim, onde guardo as mais podres sujeiras espalhadas pelos cantos. Eca! Que nojo. Eu logo que vejo uma sujeirinha já coloco-a para longe. Longe de mim guardar ressentimentos. Longe de mim guardar coisa ruim que não querem mais e que só faz mal. Cruzes!
Eu mesma posso tirar toda e qualquer desavença que há aqui dentro. "Você pode, é uma vassoura,!" lembra-me mamãe estrela todos os dias à noite enquanto fico lá fora de casa, descansando na varanda já limpinha.

Engraçado essa vida, além de econômica e leve, eu posso voar; coisa que o meu concorrente não pode e nunca poderá, porque, além do mais, sou o quero e hoje serei apenas uma vassoura.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Estranhamente ser (05/11/2007)

Mesmo que me faltem as palavras mais frias e mortas que conheço eu ei de inventar quantas mais for preciso para que tu vás, meu amor. Não fique à espera de gentilezas de minha parte. Não que eu as não pratique, é que no momento em que nos encontramos eu não posso fazê-las, não.
Mesmo que me despedace o coração, mesmo que congele meu sangue, eu não posso ser mais a tua tão controlada amada. Não por ti: que já tens outras tantas à tua espera, mas por mim; pelo pouco que ainda me cause respeito. Pelo pouco assim, que ainda sei ser: adorável estranha dos teus sonhos passados.

domingo, novembro 04, 2007

Palavras II

As palavras se tornam inimigas quando mal colocadas.
Tornam-se cansativas quando repetitivas e clichês quando viram dito popular.

O céu se torna escuro quando noite, e escuro quando chuva.

Esse mesmo céu se torna claro quando dia e luminoso quando o sol acorda radiante.
Depende muito: de quem transmite para quem absorve.

Palavras transformam-se em emoções quando atingidas no coração.

Ou cavoucando feridas.
Abertas: desespero, dor. Gritos!
Fechada: consolo, esquecimento. Cantoria...

Palavras. Sejam elas simples ou cheias de rodeios filosóficos.

Não importa. Que sejam!, Apenas verdadeiras.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Espelho (31/10/2007)

(Dedicado à Clarice)



Aproveito para me fazer presente nesse momento de ausência de meu espelho, que muitas vezes reflete uma imagem doce e gentil, cujas quais nem pensava que sairiam de mim.
Antes era só discórdia, monotonia, ausência permanente de alguém que eu não queria que existisse e o mesmo teimava em se mostrar duplamente insistente de tanta chatice e crueldade.

Ufa! Agora eu suspiro aliviada. Essa imagem não só deixou de existir como acredito que voltará nunca mais. Sua ausência não me faz falta. Leveza de espírito. Leve na alma. Leveza no corpo. Leveza!
Essa sensação tão segura e bem-vinda tem habitado os lugares por onde passo, e até aqueles nunca irei.
Essa leveza está lá. Sozinha ou não, não se faz ausente. E nem presente. Mas agora que esse espelho está ausente, e antes dessa distância obrigatória e ligeira, ele me disse que sempre estaria comigo, mesmo que eu nunca mais sente a sua frente e fale sua língua, mesmo que eu nunca mais ligue para ele depois de algum incidente transitório, nem mesmo que eu nunca mais escreva palavras doces e diga gentilezas sinceras; ele me disse que permanecerá aqui. Junto de mim, estará sempre posto a minha frente quando eu sentir saudade do que fui e quiser olhar-me. Ele estará lá.

Acreditarei que para sempre. Embora, eu saiba que um dia a sua moldura poderá ser corroída por cupins, e que o seu vidro descascará e perderá sua antiga beleza exterior; e mesmo que ele possa vir a ser partir em muitos pedaços não sendo mais possível colá-lo, podendo vir a ser até outro objeto,mesmo assim, com todas as transições, com todas as mudanças necessárias dessa vida, para mim, ficarão sempre: bonitas, feias, felizes e tristes imagens, do que fui, do que sou e do que serei.
E ele sempre estará comigo. Em minhas velhas e saudosas lembranças.
De quem reciprocamente estará sempre presente,

Fabíola Weykamp.

segunda-feira, outubro 29, 2007

A velha lembrança (29/10/2007)

     Ela que já esconde sua real identidade com medo do que os outros irão dizer, pinta os lábios de cor suave, fingindo não ter mais, na gaveta da cômoda, as velhas cores fortes e os perfumes de cheiro inesquecível.
     Mas é falsa, vadia e medíocre, se engana a toda hora fingindo ser quem jamais poderá ser. E o seu medo é bem na verdade é ter de  aceitar-se assim, vazia e amarga e esquecida como é. Aceitar seus sempre erros, e seus quase invisíveis acertos... 
     Medo também, de mostrar-se doce, que para ela era uma pista do quão insegura realmente é. Mesmo nos momentos terríveis que tivera, ela jamais demonstrou falta de ânimo, jamais se abateu. Trancava-se no banheiro e só saía de lá quando toda dor houvesse terminado de escorrer pela sua face pálida de expressões grosseiras e amargas. 
    Mesmo quando, o seu grande amor, ela viu partir, chorou em silêncio sem que, desta vez, uma só lágrima rolasse pelo canto de seus pesados negros olhos. Engoliu seco todo e qualquer desapontamento por não ser correspondida, ajeitando seus longos e negros fios lisos, e foi-se. 
     Voltou para sua agitada rotina de festas e jantares, onde ela mesmo sendo sempre requisitada sentia-se como um vaso qualquer, que só era lembrado quando alguém, sem perceber, o derrubava ao chão. 
     Sentia-se só, usada, passada, e sem amor. Não sentia mais nem prazer em rodar pelos salões das grandes casas, com seus vestidos bordados invejados pelas outras tantas mulheres, que, como ela, representavam ser quem não eram, nem em sonhos. Nem nas bem feitas feitiçarias.
    Frias e superficiais todas eram, mas essa queria mais calor, queria sentir calafrios ao ser tocada, ouvir o badalar dos sinos tão sonhados cujos quais ainda recorda.
Essa queria apenas: ser amada. Mas não era por si, nem por outro qualquer.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Infinito de sentimento oculto (26/10/2007)

   Encontrei o mar.
As ondas estavam altas, as águas revoltas. Senti o vento soprando teimosamente em meus cabelos. Que frio!Eu senti.
   Permaneci sentada diante daquela imensidão escura e silenciosa. Estávamos nós: o céu escuro e nublado, e as ondas gigantes. Aquela tarde, nunca me pareceu tão sozinha, tão fria.
 
As horas andavam a passos lentos.
 
O Sol já não brilhava mais. E os pássaros voavam desesperadamente à algum lugar sossegado e livre de tantas tormentas. Tempestade.
   E eu permaneci sentada sob uma areia fina e mórbida. Sob um céu que não reluzia mais esperança nem fé. Desespero.
Ainda cansada de tanta falta de harmonia, de tanta falta de paz, me pus a chorar.
   Desesperadamente em um choro inexistente fiquei assolar. Pranto silencioso.
 
Inaceitável dor, pranto manso, um vazio que dói profundamente, de dentro para fora, rasgando minha pele em um afável desabrocho.
   Estonteante luz se pôs no horizonte. Ventos calmos, ondas mansas. Profundamente tomada por uma sensação serena, me pus a pensar.
 
   Percebi que já não estava sozinha, e como estava, já não era tão amargo nem áspero. Doce harmonia era aquela, que riscava os céus num colorir de tirar sorrisos dos rostos de quem quer que visse. Doces sabores de encontros sem partidas. De flores exalantes de um perfume único. Inconfundível. 
Sabor era esse que sentia entre os meus lábios?
 
    Eu que nem sou vaidosa descarto o batom que já não uso. Um gosto diferente de um brilho confortante naquele céu, que mostrava humildemente o Sol que estava escondido entre as nuvens mais carregadas e grandes (que antes nunca tivera visto igual).
    
   Eu que passei meus dias inteiros olhando para o mesmo céu, nunca havia percebido a grandeza de seu existir. O vento - que antes queria me arrastar a todo jeito em direção oposta de onde eu ia -, sopra suavemente a meu favor.  
Estimulando-me a prosseguir. Caminhar sempre em frente, vislumbrando os dias de sol e superando os dias recônditos. 

terça-feira, outubro 23, 2007

Pelotas, 23 de Outubro de 2007

Não sei o que é o amor, as palavras são insuficientes para descrever esse sentimento tão puro e prazeroso que o é. Um tempo atrás cheguei a pensar que esse sentimento não me pertencia. Foi como se eu estivesse tomado uma vacina contra ele, agora, estava imune, ele não venceria.
     Um grande e tolo pensamento errante foi esse. O amor nasce dentro de nós, junto conosco. O que nos faz sentir e tê-lo é a maneira com que viveremos a nossa vida. Se não quisermos viver com ele, ele ficará escondido no lugar mais profundo que encontrar, dentro do mais complexo ser que nos habita, a nossa alma. O amor atinge as barreiras mais rudes do nosso ser, por sermos dotados de inteligência, seres pensantes, muitas vezes deixamos nos levar pela razão, e as conseqüências de nossos atos estimulados por ele, são os mais dolorosos. Sofremos por não agir com o coração, parecemos máquinas, treinadas para agir de forma absolutamente racional. Mas quem disse, que agindo com o coração não está certo?
     Precisamos deixar o “manual de boas maneiras” perante à sociedade de lado, deixar que o que possuímos de melhor seja o nosso manual, que seja a nossa realidade de viver. A sociedade, a qual pertencemos, está programada para viver somente de aparências, pessoas fúteis, moldadas pelo consumismo, pela arrogância, falta de ética, egoísmo e impaciência.
    Quando nos deparamos com a verdade, a nossa verdade, - aquela que faz a nossa alma (a parte mais profunda do nosso ser) - ficamos anestesiados, perplexos por enxergar o que muitos não enxergam, e até nós mesmos fingíamos não ver.
    O ser humano está frio, calculista e hipócrita, e os que seguem seus instintos mais puros e sinceros são excluídos da sociedade, que fazem deles pessoas rotuladas como bobas, que vivem no mundo da lua, e por aí vai. Mas não é verdade! Nascemos para ser pessoas felizes, para viver em paz com nós mesmos, e com o mundo que nos cerca, temos a liberdade de escolher o nosso caminho; podemos escolher o caminho ou das tristezas ou do orgulho ou da vaidade ou da luxúria, mas podemos também escolher o caminho do amor, do amor ao próximo, da sinceridade, do perdão, da humildade e de amar a todos que nos cercam. Esse é o nosso direito, sermos eternamente felizes.
   Tristezas e nuvens carregadas encontraremos muitas vezes à nossa frente, mas cabe a nós vencê-las, enfrentar os problemas de frente, aceitar que somos os únicos responsáveis por tudo àquilo que cativamos e só assim, poderemos seguir em frente aceitando o rumo da nossa vida, mas nunca, nunca, desistindo de ser feliz.
   A única certeza da nossa vida é que um dia iremos morrer, mas antes desse dia chegar, vamos viver a vida com alegria, compreensão e muito amor. Vamos nos amar, estar de bem com a vida. A felicidade e o amor são sentimentos eternos, vamos cultivá-los para semear bons frutos no futuro! O nosso corpo é mortal, mas o nosso espírito não tem fim.

Desejo que sejamos eternamente felizes!

"Faça com que as tuas palavras e o teu pensar sejam aliados no teu crescimento interno." (23/08/2007)

ܤ "Não dê ouvidos aos comentários negativos que rompem o teu bem estar. Quando demos atenção a eles, deixamos o nosso padrão vibratório muito baixo, fazendo com que nós estejamos suscetíveis a: tristezas, lamúrias, irritações, negativismo, e com todos esses sentir, nos tornamos pesados, adoecemos tanto físico como emocionalmente. Ouçamos então, com bastante atenção as palavras de carinho, de amor... Enfim, de afeto que os nossos semelhantes nos dizem. Essas sim têm a capacidade de elevar os nossos pensamentos para intenções boas, conforta o nosso coração e acalma a nossa mente, nos deixando cada vez mais perto do nosso Criador.
Faça algo bom para alguém, sem a intenção de receber o mesmo. E mesmo que outro seja indiferente perante as tuas ações de amor, não cobre dele e muito menos o julgue, pois se te colocares no lugar do mesmo, perceberás o porque de sua reação.
Dê amor e carinho para os teus, isso é, para quem recebe, um empurrão para concretização de planos, é um estímulo de efeito imediato, e aquele quem pratica, está fazendo um bem para si mesmo, à vontade de seguir em frente, apesar dos tropeços, faz da vida mais feliz de se viver.

Transmita pensamentos bons e positivos para as pessoas, elas precisam disso, tanto quanto ou mais que tu.
Do sofrimento, use-o como uma lição, e tire os pontos positivos que ele te trouxe, pois se olhares de dentro pra fora, verás as mudanças positivas que ele está tentando te mostrar.
E entenda que: para mudarmos alguém, precisamos primeiramente mudar a nós.
Seja paciente e amável com as pessoas, um sorriso logo pela manhã, ilumina e aquece o dia que muitas vezes é sombrio e frio.
Sinta deveras o abraço do amigo, ouça o coração de ambos, eles tendem a bater no mesmo ritmo, na mesma sintonia.
Sinta a vida!!"

domingo, outubro 21, 2007

Palavras (21/10/2007)

 
Não acredito ser uma poeta,
tampouco uma escritora.
Arrisco-me a pensar que sou capaz de escrever
o que me vem em mente, o que me faz transpirar,
ficar sem fôlego...

O que muitas vezes fica entalada na garganta
e por falta de coragem, as palavras se enrolam
na saliva que teima em fazer falta.
Garganta seca. Um nó.

Palavras essas que são expressas por letras.
Digo: um aglomerado de letras
que em tamanha desordem
tornam-se palavras.Frases.Textos.

Não faço rima. Não acompanho tendências.
Formo frases.
De sentidos para mim.
Possivelmente de sentidos para ti.
Algumas vagas... Outras nas entrelinhas.
 
Mas todas têm um único significado:
tocar-lhes no fundo do teu íntimo
fazendo com que um pouco de mim
faça parte de um pouco de ti.



[Fabíola,15 de Outubro de 2007]

sexta-feira, outubro 19, 2007

A passagem (19/10/2007)

Já não fosse a menina, com seu vestidinho azul que nem o céu,
Cantarolando no caminho de casa, tendo em mãos seus cadernos:
Que lhe proporcionam algum futuro, diferente do da mãe...
Tendo em seus pensamentos mais puros e silenciosos
Sonhos, fantasias de dias felizes.
Mas a realidade é outra.
Pois ela tampouco tinha uma casa
E sequer tinha cadernos de escola nas mãos.
Os desejos, sonhos e fantasias, esses sim são verdadeiros.
Mas a felicidade que ela esperava ter ao chegar em casa, fora lhe arrancando brutalmente de seu coração.
Deixando rastros de sangue nos lençóis, algumas roupas rasgadas que ficaram espalhadas pelo quarto.
E a menina, dormiu, na esperança de que o amanhã fosse ser mais colorido, diferente do seu vestido, que hoje é cinza.

[Fabíola,2 de outubro de 2007]

terça-feira, outubro 16, 2007

Complacente (16/10/2007)

Estar ao lado.

Ter alguém do lado.
Isso é realmente significativo.
Sentir-se acompanhado, é confortante.

Sem dizer alguma palavra, simplesmente sentir,
transmitir e receber uma mão amiga
é tudo de que se precisa.

Quando as palavras já não são suficientemente capazes
de transformar o sentir em frases,
os gestos, reações e emoções, transbordam.
Suspiros apreensivos.
Calafrios perturbadores.
Corpo frágil.

Braços que se desprendem do corpo
e te envolvem num singelo e impensado
movimento em forma de “c”.
Espanto.

Conforto.
Entrega recíproca.
Amor.
Verdade.




[Fala por si só.Afetuosa
amizade.Gratidão.Recíproca.]

segunda-feira, outubro 15, 2007

Pelotas, 15 de Outubro de 2007



ܤ"Se não fosse pelos livros e pelos filmes, eu talvez não sonharia mais.
Não digo de viver uma fantasia, longe disso, mas falo de viver. Viver realmente com o que temos e com o que sonhamos...Desejamos...
Havia um tempo em que os sonhos deixaram de existir, por tamanha força que tem a individualidade e o egoísmo nos dias de hoje.
Fico feliz em sentir que mesmo com uma força grande, esse mundo “moderno” e tão insensível não é mais forte do que o amor.
O amor pela vida, pelas pessoas que nos cercam, o amor por si próprio.
Infeliz daquele que tampouco se deixa levar pelo amor, acreditando que é passageiro, ou que é perda tempo. Engano deste, pobre ser.
O amor não é passageiro, meu caro mal informado. Ele, por mais difícil que façamos que seja, entra na alma de qualquer ser humano, até dos mais fortes e sanguinários, por mais relutante que sejamos, ele nos toca sutilmente com o despertar de uma flor, com o cantar dos pássaros.
O amor tem capacidade de nos acordar quando adormecemos além da conta, quando não encontramos mais soluções possíveis para os nossos problemas, e é quando mais nos sentimos sozinho, ele aparece gentilmente acalentando e confortando os nossos corações.
E é com o amanhecer do dia que ele aparece, iluminando os nossos caminhos, acalmando nossas idéias, e nos pondo mais sensatos para prosseguir.
Mesmo que amor não seja palpável, ele existe. Existe no nosso íntimo também.
Num simples sorriso, ele está lá nos sorrindo. Assim é o amor. Por mais que não os sintamos tocando em nossos corpos quentes, ele aquece o nosso espírito. Nunca indo embora, e nem nos deixando sós.
Assim, é o amor."

sexta-feira, agosto 17, 2007

O que é ser feliz? (17/08/2007)

ܤ "Certa vez, eu estava em uma Casa Espírita que participo com freqüência, e em uma das palestras o tema – o qual não me recordo o assunto, mas sei falar por cima -, que era amplo e que havia começado com o assunto A, passando pelo B e terminando com C e D, falava também de felicidade.O senhor, que tinha uma excelente articulação nos envolvia de tal forma chegando a ponto de refletirmos delicadamente sobre o assunto, falou sobre o que era a felicidade.
Com tais informações, pude então rever alguns conceitos e absorver outros que, desde então, me faz ser um pouco melhor que ontem e amanhã melhor que hoje... Colhendo essas informações percebi que a felicidade vai além daquilo que pensamos, quando falo isso penso na felicidade superficial, naquela de adquirir bens materiais, como se tais futilidades fosse fazer-nos ser pessoas melhores, mas é óbvio também, que precisamos do básico para sobreviver e o que nos transforma em pessoas infelizes é a preocupação com elas, é querer ser sempre o melhor de todos, ter mais que todo mundo.
Observando de fora, entendi que a felicidade, esse sentimento simples e puro, é encontrado nas pequenas coisas, nos simples gestos, como por exemplo: um abraço sincero nas pessoas que gostamos, dar bom dia, pedir desculpas, desculpar, desejar o bem ao próximo até mesmo para aquele que nem gostamos muito, mas o simples fato de transmitir sentimentos positivos para alguém é uma maneira de se sentir bem.
O que nos frustra muitas vezes, chegando até nos desiludir da vida, é o fato de depositar todas as nossas expectativas em alguém que não tem o compromisso de nos fazer feliz, muitas vezes nos deparamos com a não reciprocidade e é ai que sofremos.
Felicidade é sim, dividí-la com alguém, mas não fazer desse alguém o responsável por ela, nem todos querem ou sabem corresponder o que sentimos, e também, ninguém ama igual, na mesma intensidade, cada um tem seu jeito, e o necessário a fazer é: aceitar e compreender a escolha de cada um.
A partir de novas possibilidades de melhora do meu ser, notei que é preciso amar-se para depois amar alguém, e esse processo de evolução espiritual dá-se no dia-dia com a prática, se policiando em algumas atitudes um tanto quanto grotescas, sentindo o vento bater no rosto, ouvindo o canto dos pássaros, contemplando os lugares bonitos cheios de vida, de cor.


Mas agora, pergunto a ti que provavelmente está lendo o que digito, a felicidade que conheces pode ser encontrada na matéria (dinheiro, festas, bebidas, compras...), ou ela pode ser sentida no simples despertar do dia, de um sorriso logo pela manhã, de desejar estar de bem, em harmonia com a vida que nos cerca?


O que é ser feliz pra ti?


Escute e sinta o teu pensamento, desejando a ti e aos teus que tenham vontade de seguir em frente, cada vez mais buscando ser uma pessoa melhor, de bem, percorrer a estrada do conhecimento e usá-lo para servir a quem necessita. Deseje viver em paz e amar a todos sem olhar a quem, pois o amanhã, o rumo que ele seguirá, desconhecemos!"


"Por mais difícil que nos pareça, tudo se encaminha para o mesmo fim". (Tirado do livro: "Laços de amor eterno" de Pedro Santiago, ditado por Dizzi Akibah.)

quinta-feira, agosto 16, 2007

"Não orgulheis por aquilo que sabeis, porque esse saber tem limites estreitos."

 
ܤ "Há
um tempo atrás, e olha, não preciso falar de anos, cito meses atrás mesmo, pude ter a chance de aprender muita coisa, e a maioria delas, pra ser sincera, todas, fez com que eu perceba tudo com mais sensibilidade. Tudo que venho presenciando, posso observar com mais clareza, e até mesmo compreender, pois me permito a ir fundo, a ver o que tem por trás de tudo que me cerca. Sempre fui muito de observar, ficava em meu canto olhando como as pessoas movimentavam suas mãos, como mexiam a boca ao falar, como elas ficavam quando nervosas, e por aí vai. Mas eu nunca tinha percebido que os olhos falam por si, agora, eu tenho a sutileza suficiente de poder olhar para o meu semelhante, e poder perceber como se sentem. Não é nenhum mérito de minha parte, apenas, passei a me compreender melhor, olhar para dentro de mim, e o mesmo, faço com os que me cercam.As palavras mentem, mas os olhos, ah!, Esses, não conseguem esconder o que sentem de verdade.Aquilo que toca fundo lá dentro, no seu ser mais complexo e verdadeiro que é: a alma.O que falar sobre a alma? Bem, a alma é a tua parte interna, aquela que comanda você, que além de complexa, é a mais bela parte de nós.Pois somos ela.O corpo químico, essa casca que usamos,que é constituída de epiderme,ossos e por aí vai, não nos pertencem, pegamo-los emprestado para podermos então evoluir como pessoas.O nosso corpo serve de instrumento para que possamos estar aqui, para que possamos crescer.E um dia, ele morre.Mas a alma, ela é eterna.Não me preocupo com os que não querem entender tudo isso, eu posso entendê-los, pois quando chegar a hora, a verdade aparece. Pois como eu bem disse, no post anterior, todos os dias da nossa vida, é como se fosse uma prova, que mostra em que precisamos prestar mais atenção para melhorar, e quanto mais fugir da verdade, mais longe da paz estaremos.Estar em paz, não significa apenas, estar em silêncio, ouvindo música, estando sozinho, estar em paz, vai, além disso. É estar em sintonia com o seu eu, aceitar-se como és, e querer estar de bem com todos, fazendo o bem para si e também, outrem.Estar em paz, é poder estar junto dos teus, reunidos, assistindo televisão tranqüilos, sem atritos, nem discórdias. É poder estar consigo, e querer cada vez mais ser quem és.Isso é estar em paz, é dividir tua felicidade com amigos, é ajudar a quem precisa, perdoar sempre, deixar de julgar os outros pela suas atitudes, e quando julgamentos surgirem em teus pensamentos, faça um teste, ponha-te no lugar de quem julgas, e seja sincero ao responder: Será que não farias o mesmo?Ou até mesmo pior?Não perca o teu tempo cuidando da vida alheia, com certeza tens muito para fazer com a tua, inclusive, melhorar, assim como eu, busco todos os dias, ser melhor que ontem. A sensação de estar em paz, é insubstituível.
Cultive e conserve-a."

Pelotas, 16 de Agosto de 2007


"Faz um bom tempo que tenho vontade de retornar a essas páginas, mas a inspiração andava fugindo de mim. Nesse meio tempo, criei alguns blogs, deleitei outros, e os que deixei, não publiquei nada.
Resolvi, de fato, procurá-la em algum lugar.Ah! E tenho a encontrado, os livros, por exemplo, são fontes de grande inspiração.Por isso, volto.
O tempo em que eu fazia um monólogo por aqui, naquele tempo, de uns quatro ou mais, anos atrás, percebo que muita coisa mudou.Não falo fisicamente, e muito menos do aquecimento global... Nada disso, falo de mudanças internas.Aquelas que são necessárias na vida das pessoas e essas, muitas vezes, por medo ou por orgulho mesmo, decidem estacionar-se no tempo.
Ignorância essa é pensar que as coisas que dão errada continuarão assim ou só piorarão. É mentira. Ou melhor, em parte, eu explico: Se de fato tu crês que nada na tua vida irá dar certo, que as coisas não são tão boas assim, só acontecem contigo, que tu és isso, aquilo, uma vítima da sociedade, que ninguém te entende, me arrisco a fazer uma pergunta, para ti, que lês o que "vos" digo:
- Tu mesmo te compreendes?
Uma pergunta assim, fica muito vago, mas é dela que passamos a refletir, a dar mais importância para aquilo que somos. É com ela que pensamos em possíveis mudanças, e eu digo com muita certeza de que, só de pensar em mudar àquilo que está ruim e que te prejudica sentimentalmente, já é um grande passo para realizá-la. Então, quando as coisas na tua vida não vão tão bem assim, como tu querias, pensa em um jeito de melhorá-las, não fica te lamentando ou guardando para ti alguma mágoa, vá em frente, confia em ti e seja humilde suficiente para aceitar ajuda sincera de alguém que te quer bem. E se achas que ninguém quer o teu bem, então não dê bola para aquelas que tampouco valorizam que és, não guarde rancor delas. Rancor envelhece. Apenas seja você, o quanto mais sincero tu for, contigo e com os teus, melhor serás, e com certeza amigos de verdade, não lhe faltará.
Valorize o simples acordar, mesmo que lá fora esteja "batendo água”, e tu tenhas que fazer algo na rua, vá até lá, encare a chuva, aproveitae-a e limpa a tua alma, respira aquele cheirinho de chuva, peça a Deus ou em quem tu crês, que o teu dia seja de grande proveito, que seja um dia de paz e harmonia, respire fundo, mas bem fundo e solte bem devagar, abra o guarda-chuva, pule algumas poças, mas siga em frente, não desanime, seja positivo e queira que coisas boas lhe aconteçam, pois aquilo que desejas, sendo bom ou não, acontece.Vá em frente e seja feliz. O sol aparecerá em breve para iluminar o teu dia, que foi um tanto quanto cinzento!"